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Mesmo com tantos fatores desfavoráveis o mercado imobiliário está otimista e prevê crescimento em 2023
Depois de um 2021 em que os números do setor registraram recordes, um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) projetou crescimento de cerca de 5% em 2022 para o país.
A demanda por moradias continuará elevada, e há expectativa que, no próximo ano, a taxa básica de juros volte a cair, mesmo que economistas ouvidos pelo Boletim Focus estimem somente para 2024 a retomada da Selic de um dígito.
Os olhares estão também, voltados para o desenhar de um novo governo na presidência, Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições e “retoma a cadeira”, segundo para o seu 3º mandato (PT). Uma coisa é certa, independentemente do contexto político, o mercado imobiliário deve seguir como grande impulsionador da roda econômica do Brasil. A tendência é que os potenciais clientes de imóveis se sintam mais estimulados a bater o martelo da aquisição.
Do lado da oferta, incorporadoras têm terrenos para lançar projetos do econômico ao luxo, conforme o perfil de cada uma, e disposição para voltar a comprar áreas a partir de quando for possível vislumbrar a retomada da trajetória de corte dos juros e a melhora mais expressiva dos indicadores de emprego e desemprego.
Em uma pesquisa desenvolvida pela Brain Inteligência Estratégica e Abrainc, 82% das construtoras e incorporadoras elegeram como maior vilão de 2022 o custo dos materiais de construção. Entretanto, 62% dos participantes acreditam que em 2023 o mercado estará melhor que agora.
Na prática, quem contratar crédito habitacional, a partir de meados do próximo ano, deverá conseguir custo de financiamento inferior ao atual.
Em relação à inflação, o Brasil segue com uma das taxas mais elevadas do mundo – o poder de compra das famílias diminuiu, e a elevação dos custos de materiais de construção se refletiu, nos dois últimos anos, em aumento de preços dos imóveis.
Por outro lado, o país puxou a fila dos aumentos de juros para controlar o dragão inflacionário, entre as grandes economias mundiais, a ponto de começar a interromper as altas, enquanto Estados Unidos e União Europeia ainda não podem se dar ao luxo de fazer o mesmo. A maioria dos analistas espera que os juros americanos tenham alta de 0,75 ponto percentual em novembro.
Outro levantamento, também englobado no material “Tendências para o Mercado Imobiliário”, buscou ouvir as percepções dos consumidores a respeito da intenção de compra de imóveis e da relação das pessoas com o imóvel. Foram ouvidos 850 entrevistados de todas as regiões do país. 85% dos consumidores que adquiriram imóveis nos últimos 12 meses, compraram unidades residenciais (69% para moradia e 16% para segunda residência ou imóvel de lazer).
Segundo o presidente da ABRAINC, Luiz França, tanto os imóveis populares como os de alto e médio padrão tiveram bons resultados e a expectativa para o ano que vem é boa.
“O setor imobiliário é um grande motor para o crescimento do país e para geração de empregos. (…) O Brasil hoje se destaca com relação aos outros países do mundo. Nós pudemos ter uma política de aumentar a taxa de juros antes dos próximos países, ou seja, nós estamos com uma inflação controlada comparado com outros países do mundo”, avaliou França.
Além disso, 78% dos entrevistados disseram que a residência é o local em que eles mais gostam de estar. Os dados, coletados entre os meses de agosto e setembro, foram apresentados durante a 5ª edição do Incorpora, o Fórum Brasileiro das Incorporadoras Imobiliárias.
O evento, em São Paulo, reuniu empresas e CEO´s do mercado imobiliário, além de representantes de instituições financeiras do Brasil, em uma série de painéis sobre os grandes desafios do setor e as perspectivas para o ano que vem.
“É fundamental reunir players importantes do setor para debatermos soluções que beneficiem o consumidor, abram portas para novos investimentos e gerem empregos e dividendos para o Brasil”, afirmou França.
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