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Mercado imobiliário regional deve se manter estável no 2º semestre de 2022

Mercado imobiliário regional deve se manter estável no 2º semestre de 2022

Mercado imobiliário regional deve se manter estável no 2º semestre de 2022

Expectativa é de que haja uma revisão nas taxas de juros, favorecendo a concessão de crédito para pessoas que sonham em ter a casa própria.


Os primeiros seis meses do ano foram marcados por um período de estabilidade no mercado imobiliário regional, com pequenos ciclos de altas e baixas nas vendas, e deve se manter assim neste 2º semestre do ano, conforme expectativa de especialistas do setor. Isso é o que afirma o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do estado de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto.

Segundo ele, a economia local tem influenciado o atual cenário. Cidades como Sorocaba e Itapetininga, por exemplo, seguiram três meses consecutivos de alta, mas tiveram queda na venda de imóveis de 18% em maio, assim como São José do Rio Preto, que apresentou baixa de 7,6% no mesmo mês. Já em Bauru, o quadro foi oposto: as vendas cresceram mais de 15% nesse período.

“Isso reflete, na verdade, uma certa tranquilidade no mercado, com pequenos ciclos de altas e baixas. Para o 2º semestre, estamos prevendo que essa estabilidade se mantenha, sem muitos solavancos, favorecendo a concessão do crédito imobiliário àqueles que sonham com a casa própria, mas que ainda não conseguem arcar com as parcelas de um financiamento. Estamos apostando também nos lançamentos que ficaram em stand-by por um tempo”, relatou José Augusto.

Valorização de imóveis usados

Com a retomada pós-pandemia, o mercado imobiliário apresentou impactos diferentes. No segmento de imóveis comerciais, houve um aumento significativo nas taxas de vacância de escritórios por conta do trabalho em home office, cenário que já está se revertendo com o retorno das atividades presenciais.

Já os imóveis usados tiveram maior valorização, com alta procura das famílias por espaços maiores, longe dos grandes centros. “No que diz respeito aos imóveis usados, ao longo da pandemia, muitos corretores realizaram boas transações devido à procura das famílias por imóveis maiores, que comportassem também as atividades de trabalho de todos os moradores. Muitos optaram por morar em casas localizadas em cidades próximas da capital, fugindo do trânsito e da agitação. Com isso, houve também uma valorização dessas propriedades”, disse José Augusto.

É o que afirma também a arquiteta Tamara Alves, que possui escritório em Sorocaba e tem acompanhado essa tendência. “A maioria das grandes empresas foram forçadas a aprender a administrar os seus colaboradores a distância e, em muitos casos, isso funcionou. Isso faz com que os benefícios que o interior oferece como segurança, tranquilidade e menos trânsito sejam sedutores para uma boa parcela dessas pessoas, que hoje já não têm mais a necessidade de estar presencialmente no trabalho”.

Lançamentos de médio e alto padrão

Dentre os lançamentos de maior destaque estão os imóveis de médio e alto padrão, em especial os condomínios fechados, conforme descreve Tamara Alvez. “Ao comparar o preço, o comprador acaba elencando vantagens como portaria, liberdade maior para as crianças brincarem, estrutura de lazer, entre outros privilégios. E com a diferença de preço nem tão grande assim, o comprador final acaba preferindo pelos condomínios”.

Levantamento feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Abrainc-Fipe) mostra que de março de 2021 a fevereiro de 2022, esse segmento lançou 278,1% a mais do que igual período do ano anterior, com 70.154 novas unidades.

“Agora, estamos entrando em uma nova fase, com um crescimento no número de novos lançamentos, mais voltados para os segmentos de médio e alto padrão, até por conta da perda do poder de compra dos clientes de renda menor, afetados pela inflação e pelos juros mais altos. Acredito que a tendência é que haja um investimento maior por parte das construtoras nesse segmento, atendendo os clientes que ainda podem pagar”, afirmou José Augusto.

De acordo com o presidente do Creci-SP, as cidades que estão recebendo maior investimento em empreendimentos na região são São Roque, Porto Feliz e Piracicaba, municípios com bom potencial e valorização imobiliária, por estarem localizados às margens da Rodovia Castelo Branco, que se tornou um importante vetor de crescimento no estado de São Paulo.

Perspectivas para 2023

Para o próximo ano, espera-se que um novo cenário econômico ainda mais favorável traga novos negócios para o setor imobiliário, com crescimento exponencial em compras e vendas. As previsões para 2023 ainda coincidem com os dados de 2021, no qual as vendas de novos imóveis registraram um aumento de 46,1% no primeiro semestre, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

“O mercado imobiliário sempre foi o carro chefe da economia. No próximo ano, com a definição de um novo governo, vamos ter um novo cenário econômico também e vejo que o nosso segmento continuará sendo essencial para fazer girar a roda dos negócios e sustentar o crescimento do País, gerando emprego e renda”, concluiu José Augusto.

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